Um dos assuntos que mais caem nos vestibulares, seja de modo direto ou indireto, são os gêneros e os tipos textuais. Mas vocês sabem qual é a diferença entre um e outro? Ainda não? Então não se preocupa, porque o QG do Enem preparou uma matéria para você nunca mais se confundir! Vem conferir!
Os gêneros textuais são textos que cumprem uma função social em uma dada situação comunicativa. Diferente dos tipos textuais, os gêneros textuais não têm uma estrutura limitada e definida, logo, eles são bastante diversos. Além disso, eles podem sofrer algumas modificações ao longo do tempo, devido as mudanças de comunicação na sociedade.
Dentre os gêneros textuais mais comuns estão: conto, crônica, artigo, resumo, receita culinária, carta, propaganda, novela, dicionário, resenha, poema e e-mail.
Já a tipologia textual, se configura por estabelecer a estrutura dos textos, seu objetivo e finalidade. Ou seja, resumidamente, os tipos textuais são responsáveis pela forma como um texto se apresenta, e os mais usados são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
TEXTO NARRATIVO
O texto narrativo, tem como principal característica a presença de um enredo, em que há a apresentação de ações de personagens em um determinado tempo e espaço. Além disso, quem narra esses acontecimentos é um narrador, que pode ser entre outros, personagem, observador e onisciente.
Por fim, a estrutura do texto narrativo é composta pelo desenvolvimento, clímax e desfecho, e o tempo verbal mais utilizado é o passado.
TEXTO DESCRITIVO
Como o próprio nome já diz, o texto descritivo tem como função descrever através de observações e características algo ou alguém. Sendo assim, em sua construção, há muitos verbos de ligação e adjetivos a fim de estimular uma construção de imagens na nossa mente.
TEXTO DISSERTATIVO
O texto dissertativo pode ser dividido em dois tipos: o dissertativo argumentativo, que é o tipo textual da amedrontadora redação do ENEM, e o dissertativo expositivo. O primeiro tem como função, além de defender uma ideia através da argumentação, persuadir o leitor. Já o segundo, tem como objetivo expor um ponto de vista, sem necessariamente usar artifícios de convencimento. Essa tipologia textual é muito importante para vocês vestibulandos, pois no ENEM é essencial que sua redação tenha argumentos sólidos e coerentes, para que seja convincente para o corretor.
TEXTO EXPOSITIVO
O texto expositivo tem como finalidade informar ou esclarecer o leitor, a partir da exposição de um determinado assunto. Para isso, é utilizado ao longo da sua estrutura, conceituações, definições, informações e descrições. Além disso, é essencial que essa tipologia textual tenha uma linguagem clara e concisa.
TEXTO INJUNTIVO
Apesar do nome não nos dar muitas dicas sobre esse tipo de texto, o texto injuntivo tem como função instruir ou orientar o leitor. Desse modo, a utilização dos verbos no imperativo para indicar uma ordem é um dos recursos linguísticos mais importantes dessa tipologia.
Portanto, reconhecer as diferenças entre os gêneros e tipos textuais nos ajudam não só a fazer as questões dos vestibulares, mas compreender melhor nossa sociedade e como ela se comunica. Assim, é possível expandir a competência linguística e discursiva do aluno.
TIPOLOGIA TEXTUAL - DICA
Um mesmo gênero pode abarcar mais de um tipo textual, isso demonstra que utilizamos diversas sequências linguísticas para construir nossos textos, sempre as mesclando para potencializar a nossa escrita. Além disso, é importante lembrar que, a depender da intenção do autor, os tipos textuais podem ser utilizados em hierarquias e arranjos diversos.
Por exemplo, uma notícia pode ter predominância do tipo narrativo, pois conta um fato. Entretanto, a depender do fato a ser contado, o autor pode utilizar o tipo expositivo para explicar contextos prévios ao acontecimento em questão, ou ainda utilizar o tipo descritivo para apresentar uma cena do ocorrido ou acrescentar detalhes a alguma informação.
EXERCÍCIO COM GABARITO
Sexo e temperamento em três sociedades primitivas
Nos anos 30, Margareth Mead comparou três sociedades primitivas da Nova Guiné, visando observar como
as atitudes sociais se relacionavam com as diferenças sexuais. A partir dos resultados obtidos na pesquisa, concluiu que a crença, então compartilhada na sociedade americana, em um temperamento inato ligado ao sexo não era universal. Segundo ela, toda cultura determina de algum modo os papéis dos homens e das mulheres, mas não o faz necessariamente em termos de contraste entre as personalidades prescritas para os dois sexos nem em termos de dominação ou submissão.
Entre os povos estudados por Mead, os montanheses Arapesh, agricultores e criadores de porcos, eram (homens e mulheres) maternais, cooperativos, sociáveis, pouco individualistas e orientados para as necessidades da geração seguinte. Em síntese, um povo com características “femininas”.
Já os ferozes caçadores de cabeça Mundugumor, agricultores e pescadores, eram o extremo oposto. De acordo com a autora, desprezando o sexo como base para o estabelecimento de diferenças de personalidade, padronizaram o comportamento de homens e mulheres como “ativamente masculino, viril e sem quaisquer das características edulcoradas que estamos acostumados a considerar indiscutivelmente femininas”. Esse povo era
formado por indivíduos implacáveis que se aproximavam de um tipo de personalidade que, na cultura americana, só se encontraria em homens indisciplinados e extremamente violentos.
Nos Tchambuli, por sua vez, pescadores lacustres e amantes das artes, havia uma inversão das atitudes sexuais: a mulher seria o parceiro dirigente, dominador e impessoal, e o homem, menos responsável e emocionalmente dependente.
Para Mead, o fato de que traços de temperamento tradicionalmente considerados femininos fossem, em uma tribo, erigidos como padrão masculino e, em outra, prescritos para a maioria das mulheres e dos homens demonstra não haver base para considerar tais aspectos comportamentais vinculados ao sexo. Essa conclusão seria reforçada pela inversão da posição de dominância entre os sexos no terceiro povo estudado.
(PISCITELLI, Adriana. Uma questão de gênero – Mente cérebro. São Paulo: Duetto Editorial, 2008. p. 24)
001. O texto apresenta características marcadamente da tipologia:
a) narrativa
b) descritiva
c) expositiva
d) argumentativa
e) injuntiva
GABARITO
1. B
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